sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Hora da troca de corda

POR ACASO JÁ PASSOU PELA SUA cabeça qual seria o momento exato de trocar as cordas de sua raquete? Esse questionamento raramente passa pela cabeça dos tenistas amadores, que, na maioria das vezes, esperam os filamentos quebrarem para encordoar novamente.
Por outro lado, no circuito profissional, a história é completamente diferente. Hoje, dificilmente se vê alguém estourar uma corda durante um jogo e há bons motivos para isso. Primeiramente, vale lembrar que aquele é o trabalho do jogador, cada ponto é extremamente importante, pois cada vitória vale dinheiro. A segunda razão é que o tenista (amador ou profissional), quanto mais tempo passa em quadra, mais aumenta sua sensibilidade quanto aos ajustes finos em seu equipamento e, com essa percepção, é possível sentir que sua raquete e suas cordas já não podem se comportar mais como poucas horas depois de encordoadas. O terceiro motivo é que o tenista profissional tenta, durante o jogo, ter a menor quantidade de variáveis possível, pois assim é mais fácil manter o ritmo e realizar um bom trabalho – se as condições de jogo mudam, há maior chance de perder.
Mas antes de falar sobre a hora certa para trocar de cordas, é preciso compreender como elas se comportam.

A batalha entre corda e raquete

É durante o encordoamento que a raquete sofre o maior estresse. Ela está sendo puxada de um lado para o outro e milimetricamente mudando de forma e tamanho. Depois disso, inicia-se uma batalha de forças entre a raquete e a corda, em que o objetivo maior do aro da raquete é voltar a seu estado de repouso, sem ser pressionado em lugar algum (seria como uma bexiga cheia de ar, se apertamos de um lado, o ar vai se mover para outro lugar, estufando onde achar mais conveniente), e a meta da corda é evitar que isso aconteça, mantendo a tensão instalada e o formato novo, normalmente menor do que o momento “relaxado” da raquete.
Nessa batalha, na maioria das vezes, quem vence é a raquete, por isso, podemos afirmar que todas, sim, absolutamente todas as cordas perdem tensão. Algumas mais, outras menos, mas todas perdem um pouco de tensão mesmo sem serem utilizadas. Estudos mostram que a maior perda de tensão ocorre logo nas primeiras 24 horas depois de encordoada, mesmo quando não é utilizada em jogo. Depois disso, há uma interrupção da perda, que é retomada quando em uso.
Por isso, os profissionais vão para a quadra com muitas raquetes e alguns exigem que suas raquetes sejam encordoadas o mais próximo possível do horário de sua partida. E aqui também temos a resposta do porquê de eles trocarem de raquete de tempos em tempos, pois sentem que a “batalha” entre raquete e corda está sendo vencida pelo aro e, nesse momento, detectam que é necessário encordoá-la novamente.


Original: http://revistatenis.uol.com.br/artigo/hora-da-troca-de-corda_11935.html#ixzz3Li5fo14d

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